sábado, 5 de fevereiro de 2011

"A Felicidade" (Tom Jobim)


A felicidade (pelo menos a felicidade plena) eu sei que não existe, mas se alguém souber como conseguir momentos de felicidade e prazer, por favor, me diga. Momentos o mais duradouros possíveis, porque o máximo que eu consegui foram frações de momentos, frações de felicidade. Porções muito menores do que a porção dos momentos. Nem sequer consigo me lembrar de alguma vez em que um momento de felicidade na minha vida tenha durado muito. Nem a sensação da paixão consegue me trazer felicidade. Só o que consigo, na melhor das hipóteses é entusiasmo, ansiedade e, muito raramente um friozinho na barriga. Parando pra lembrar, penso que mesmo as frações de momentos de felicidade que eu tive foram criações da minha mente, foram vontade da minha mente. Isso me leva a pensar que a gente pode ter da vida o que quiser. Ou seja, se queremos que ela seja ruim, é só pensar nas coisas de maneira negativa, como se tudo fosse um problema. Se queremos que a vida seja bela, pensemos nela da melhor maneira, pensemos que os momentos ruins sempre vêm, mas que mesmo estes têm seu lado positivo e que podemos tirar algum proveito deles.
Porém, como pensar a vida positivamente quando estamos deprimidos, pra baixo, quando nos sentimos as piores pessoas do mundo? E se nos sentimos assim, é porque não vemos a vida como sendo sempre positiva. Mas então tem algo errado... O que entraria em jogo então? O lado espiritual? O lado físico, psicológico? E o que te incomoda? O que te aflige? Como você pode reverter essa situação? Você pode reverte-la, ou, você QUER reverte-la? E o que fazer quando você (querendo ou não) está naquele momento em que nada faz sentido, nada funciona, não existe nada de bom, e o pouco de bom que existe começa a ficar ruim também, porque o problema está com você? E porque mesmo tentando, não consegue atingir um mínimo de felicidade? O que fazer? Como tentar? Sua vontade de tentar já está se esvaindo, seu pensamento de felicidade já não importa mais, porque seu entusiasmo está indo embora...

Quanta coisa você queria ter feito? Quanta coisa você quer fazer? E porque não faz? E porque não tenta? Porque deixa o medo te dominar e porque não tenta mudar? As vezes, temos uma rotina, um costume, uma maneira de pensar e não temos coragem para a mudança... Quando, finalmente, criamos coragem ou a vontade fala mais alto e tentamos fazer diferente, vem alguém e faz-nos desmoronar, acaba com tudo, ou, o pior de tudo, pesa a consciência... Isso é c ulpa da sociedade e da cultura vigente? Isso é culpa nossa? De quem é a culpa? Por outro lado, aqueles que não estão "nem ai" pra nada... Fazem o que bem entendem, não se importam com o que os outros dizem ou fazem... De quem é a culpa? Eles são assim por causa de sua personalidade? Eles são assim porque cansaram de ser bonzinhos, ou porque nunca ninguém se importou com eles? E será que estes conseguem ter felicidade, mesmo fazendo tudo o que querem? Você já parou pra pensar no porque de fazer o que tem vontade? É contra seus princípios ou a sociedade? É por falta de recursos? É por falta de coragem, ou de um "empurrãozinho"? As vezes as coisas podem ser resolvidas se planejarmos e se quisermos realmente. Mas e quando o problema é a falta de recursos, o que fazer? Se não trabalhamos, por exemplo, temos tempo de fazer o que queremos mas não temos dinheiro; se trabalhamos, temos dinheiro mas não tempo. Em alguns casos é possível conciliar as coisas (se uns conseguem, porque outros não podem conseguir). E, pensando assim, será que a culpa não é nossa, será que não é realmente falta de vontade ou de esforço? Ou até mesmo de coragem...

Mas (que droga!) ser dependente faz toda a diferença! Muda tudo, e não é falta de tempo, nem de vontade nem de recursos... Falta autorização... Ou liberação, ou... Sempre vai faltar alguma coisa... E como se "libertar"? Como se emancipar? Como viver a própria vida se os seres humanos, diferente dos animais, não entendem que os filhos, assim como os filhotes, são feitos "para o mundo".Eles precisam se libertar e aprender com a vida... Não podem viver eternamente sob as asas dos pais. E como fazê-los entender que é preciso partir um dia, e pior, que esse dia pode ser antes do casamento, por exemplo. É, porque alguns seres pais acreditam que o filho sai de casa para ir para sua própria casa, quando montar sua própria família. Não é bem assim que as coisas acontecem e não é assim que devem acontecer! É preciso errar e aprender, acertar e comemorar. É preciso a experiência própria. É preciso correr riscos. Metaforicamente, é preciso aprender a caçar sozinho, a obter o próprio alimento, a lutar com as próprias garras... É preciso aprender a sobreviver sozinho. E isso não significa que nunca mais os pais vão ver os filhos, não significa abandono. E é isso que os pais precisam aprender. Se um pai tem medo de ser esquecido pelo filho, isso pode significar que ele nunca foi realmente lembrado, ou não. Mas os pais não podem impedir que a natureza aja. Mais cedo ou mais tarde acontece. E não existe "a hora certa" ou o "amadurecimento" certo. Cada um é cada um. Se um filho diz que está pronto, ele está pronto e os pais devem aceitar. Os filhos precisam voar com as próprias asas. Se eles vão voar e cair ou vão voar e ainda dar uns rasantes, isso é uma coisa que eles precisam descobrir!