quinta-feira, 1 de março de 2018

Mariana dos meus sonhos - Conto



Era assim quando a conheci. Era assim, tudo tão iluminado pelo sol e tudo tão quente pelo calor e tudo tão lindo, tão, mas tão lindo, tão lindo que me sentia flutuando. Minhas mandíbulas cansavam de sorrir, e não tinha problemas, e não tinha dores, e só tinha espaço para o frio na barriga que eu tinha ao ver Mariana e pensar nela. Era assim. Era.

E era também a primeira vez que sentia isso. Claro, tive muitas mulheres, de muitas maneiras diferentes. E cada uma era a forma consolidada daquele sentimento que causa arrepios, frio na barriga e alucinações. Até o momento em que tudo se esvaía e o frio na barriga dava lugar à gastrite pegando forte, e o arrepio dava lugar à minha mão subindo e descendo pensando em como eu era feliz. Mas eu não era, não era. Mariana se tornou diferente de tudo o que já senti. Para mim, Mariana e amor se tornaram sinônimos.

É engraçado como a gente fica bobo e entusiasmado quando encontra aquele alguém. Você então deixa de ser dois e passa a ser um. Você cria fantasias e sonha com o dia em que vai estar ainda mais perto daquele alguém e aquele alguém vai ser mais seu. Eu estava bobo. Eu realmente estava bobo. Deixei de lado meu orgulho, parei de brigar, aprendi a ser mais paciente, a não falar palavrão, a dizer “tudo bem, vamos fazer assim”. E isso realmente me deixava feliz porque estar com ela era tudo o que eu queria. É tudo o que quero! E ela parecia tão minha. E eu parecia tão dela também.

Eu gostaria de descrever mariana. Mas não, eu não posso. E não por que não me lembre dela. Mas por que é impossível descrever cada detalhe quando a cada dia eu descobria uma nova curva, um novo cheiro, uma nova supresa em que eu podia entrar ou com meus dedos ou com minha língua ou com meu pau. Eu me apaixonava a cada dia por uma Mariana ainda melhor, por uma Mariana com algo diferente que sempre me surpreendia e me tornava ainda mais seu. Era  como se cada dia uma nova mulher adentrasse em meu quarto, deitasse em minha cama e pela primeira vez nos beijássemos.

Mas no dia em que ela saiu foi ainda melhor. Tinha tanta paixão! Ela me acordou naquele dia com uma lingerie que eu nunca tinha visto. E como estava linda. E como estava molhada. E ela me olhava com o olhar de quem ia me devorar. Seus olhos brilhavam pra mim. E tudo o que eu queria era possuir aquela que eu tanto amo, e eu estava pronto pra fazer isso.

Então ela puxou as cobertas de cima de mim vagarosamente, sem tirar os olhos de mim. Eu estremeci. Então ela se aproximou e começou a passar a língua por meus lábios. E eu deixei, eu queria que ela fizesse tudo o que quisesse comigo. Eu só queria curtir tudo aquilo e aproveitar. A cada toque da sua língua quente em meus lábios meu membro se ouriçava. E eu continuava lá a olhar ela e ela continuava a me provocar e me olhar. Era como um sonho. Ela desceu pelo meu pescoço com sua língua quente causando arrepios e intercalando com pequenos beijinhos que me deixavam louco. Mariana também era surpresa. Mariana parou no meu mamilo direito. Senti o arrepio percorrer meu corpo inteiro enquanto me deliciava com a sensação. Ao mesmo tempo em que brincava e deixava ele ouriçado com a boca, usou a mão para acariciar também o mamilo esquerdo. E o tesão que Mariana fazia eu sentir era difícil de explicar. Mariana não se cansava de me provocar. Então a mesma mão que fazia meu mamilo enrijecer foi descendo vagarosamente, pontinhas dos dedos arrepiando mais um pouco por onde passava, até chegar ao meu membro, que a essa altura se encontrava mais rijo do que nunca. Sua mão subia e descia. Ah, Mariana me deixava louco. E foi, então, descendo sua língua quente, fazendo desenhos pelo meu peito, estômago, barriga, pelve e então a língua dela foi subindo pelo meu membro até a cabeça, até o momento em que ela o abocanhou, colocando fundo em sua boca. Ah, Mariana! Sua boca e sua mão. Sua mão e sua boca. Subindo e descendo, subindo e descendo. Mariana me deixava louco. Mariana gostava de me deixar louco. Então ela parou.

Mariana subiu em cima de mim e começou a cavalgar, me olhando daquele jeito meio safada, meio apaixonada, se entregando ao prazer que ela tanto gosta. Insaciável ela. Comecei a acariciar seus mamilos próximos à minha cara, e ela gemeu de prazer. Brinquei com eles, intercalando toques delicados com puxões que a faziam gemer alto sobre meu corpo. Ela se contorcia, mas não parava de subir e descer, suando, se deliciando. Mas eu queria mais de Mariana. Escorreguei minha mão até seu buraco apertadinho e comecei a brincar com meu dedo lá. Mariana gemia e gemia. Ela olhou para mim e disse aquilo que fez eu me sentir o cara mais sortudo do mundo: me come, me possui, sou toda sua. Tanta putaria, tanto prazer e eu só conseguia pensar no quanto amo essa mulher. Sim, eu sou um romântico incurável. Então ela parou de cavalgar, se ergueu levemente, segurou meu membro e o direcionou para sua entrada de trás. Ah, Mariana, você me deixa louco. E como é apertado, quero comer com força. Senti meu gozo vindo.

Mariana era como um sonho bom do qual eu não queria acordar. Mariana me deixava louco. Mariana me fazia sonhar e quando eu acordava, Mariana me fazia querer lembrar de cada detalhe. Mariana. Ah, Mariana.

Mas dessa vez eu acordei com um gosto amargo na boca. Gosto de decepção, de saudade amargurada. Duas lágrimas caindo do canto do olho esquerdo. Desde que ela saiu e se foi para nunca mais voltar é assim. Sempre assim. Tristeza. Decepção. Confusão. Sempre depois de um sonho picante ou um conto de fadas em que estamos juntos e felizes para sempre. Mariana foi embora sem dizer adeus. A gente combinava, a gente se dava bem, a gente parecia tão perfeito. Minha Mariana. E agora eu, realmente, aprendi que a perfeição não existe. Do jeito mais cruel que poderia ser aprendi que quando tudo está bem demais é porque nada está bem. É assim. Sempre foi assim. E foi assim desde que a conheci. E é assim agora também. Um mundo de imperfeição que me atordoa todos os dias enquanto tento aprender a viver sem Mariana. A sonhar sem Mariana. Agora sou só eu e as lembranças do sonho que tento esquecer.