quarta-feira, 24 de julho de 2013

O frio do meu coração - Poesia

coracao-frio

Quando o frio consome minha alma
Lembro que um dia eu te amei
E quando o gelo petrifica meu coração
Penso que é tarde, decomporei

Meu corpo está gélido
Sem movimento
Meu ato, suicido
Rumo ao abatimento

A razão deixou de ser
Pensamentos me escarnecem
Sem você não há vida
Células, pele empobrecem

Os pássaros não cantam mais
O sol não mais se põe
Faróis não mandam sinais
A morte se predispõe

Faça parar de chover
Faça o vento se calar
Faça o frio se esconder
Prometa que vai voltar
Toda vida eu te busquei
Então faz a tempestade passar
Vem, me procura, me encontra
E deixa eu viver pra te amar.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Um pesadelo - Poesia

quem-nao-cuida-perde

Sem querer eu ergui muralhas
E tapei possíveis espaços
Sem querer me armei de aços
Pior que nas piores batalhas

E sem querer eu me fechei
E num mundo paralelo eu vivia
Nenhuma emoção, então, eu sentia
E aos poucos me despedacei

Tão tolo, agi querendo não querer
Não permiti, não quis me perder
E foi assim que te perdi

Não, eu não quis me enganar
Eu temi, não quis me entregar
E agora me arrependi

E de que vale uma lágrima derramada
Se você tão longe está
O meu pranto não presta pra nada
Se você não me escutar

Agora acordo, percebo...
Você aqui está
Esse pesadelo de te perder
Veio pra me assombrar

terça-feira, 16 de julho de 2013

O amor e a garota da vida - Poesia

garota-da-vida-e-o-amor

E sem querer eu te queria
E procurava, e me perdia
Brincava com a razão
Sufocava o coração

E por ti meu peito ansiava
De seu amor eu era escrava
Sonhava em te ter ao meu lado
Em meu corpo deixar-te encurralado

Por algum dinheiro me deitei pela primeira vez
Mas ao sentir o teu calor perdi a lucidez
Nunca havia sentido tanta paixão
Nem visto um homem com tanta emoção

Mas me fiz da vida
Pra muitos, fingida
E sem coração

Buscava apenas pagamento
Não demonstrava sentimento
Isso até te conhecer

Então todas as noites eu te buscava
No meu canto procurava, procurava
Sem nenhuma explicação

E de novo você me apareceu
Meu rosto então resplandeceu
Quando me tomou nos braços
E senti o calor de seus amassos
Percebi o que era amar

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Umas saudades - Poesia

uma-mente-viajante

Ah, que saudade
Dos dias verdejantes
Daqueles senhores cantantes
De ver o sol no mar

Ah, que saudade eu tenho
De sentir aquela brisa leve
De emancipar-me sem ser breve
E não ter satisfação pra dar

Ah, mas que saudade eu sinto
De deitar-me sobre a grama
E aquecer-me numa chama
Quando assim bem entender

Essa saudade me detém
Perco horas em recordações
Minha mente em alucinações
Parece nunca desfalecer

Mas também,
Uma mente viajante
Em constante itinerante

Perde-se fácil em devaneios

terça-feira, 9 de julho de 2013

A estante empoeirada - Poesia

livros-na-estante-empoeirada

Enxergo a poeira que cobre a estante
E cada réplica de clássicos esquecidos
Muitos são relíquias de épocas passadas
E outros são destroços de livros conhecidos

Alguns exemplares são páginas de uma vida
Contada em versos e estrofes bem construídos
Alguns são meros rascunhos de um pobre escritor
Que imprimiu suas folhas, em gestos atrevidos

E não há pano para esquivar a sujeira
Não há vontade para reler o que possa interessar
Aquela estante deve permanecer intacta
Para que nada daquilo se possa acabar

Parece contraditório
Que uma mente agitada
Se mostre aliviada
De no ócio ficar

E como parece estranho
Que uma estante completa
Pareça analfabeta
Diante do leitor

Que contradição há nas palavras
De alguém com a mente em movimento
Quer que fique, quer que não mexa
Que se esqueça do acontecimento

Não! Não deixe a estante empoeirar
Não deixe a história acabar
A busca por ficções, por aventuras,
Os mitos dos heróis e sua bravura
Nada deve se perder

quinta-feira, 4 de julho de 2013

As entrelinhas de uma paixão - Poesia

poesia-te-desejo

O que dizer, quando a vontade é não falar?
Como explicar, se o sentimento não tem explicação?
Como conter-se, quando o desejo pede um beijo?
Sentir teu cheiro, teu corpo, tua mão...

Ah, sua mão... inquieta e abusada,
Deslizando suavemente... um toque leve e profundo
Por vezes deixa-me encabulada
A sensação prazerosa e incitante
E a palavra falada...

Ah, cochichada... ao pé do ouvido
Junto ao arrepio
Que me toma, me domina
E aumenta a adrenalina
Meu corpo colado ao seu,
Seu peso, seu beijo molhando o meu.

Sinto-me inocente
Mas com uma vontade ardente
Inexperiente, querendo me achar
Encontrar-me em você
Ver o que ninguém vê
Descobrir!

O que nos completa
O que satisfaz
O que objeta ou o que é fugaz
O que incentiva e o que cativa
Nossa paixão

E assim o desejo
Espalhando-se como por metástase
Me toma pela base das sensações
Centralizam-se as atenções,
Perdem-se definições
E tudo é o momento

Sem entender, sem explicar,
Sem perder o argumento
É um entrelaçamento
De pernas, de braço...
Um laço
Entre eu e você

quarta-feira, 3 de julho de 2013

A história mal contada - Poesia

historia-mal-contada

E na súmula daquela história se vê o improvável
Toda a podridão que se acumula é incalculável
São versos mal feitos que de uma vida falam
Rimas escassas, palavras sem graça, que sozinhas se calam

E que afronta se faz com essa súmula
Que nem de longe mostra uma partícula
Da realidade. Exagera sobre a cópula
E não conta sobre a cúpula. Devoradora.
Disso nem se faria uma fábula.

Mas sem ânimos exaltados
Vamos considerar acidentados
Esses versos que nada dizem

E sem bocas exclamando
Vamos fazer esse dia brando
Como que se houvesse paz

Só digo: esqueça essa história
Não deixe ficar nem na memória
Pois sujeira não deve valer

E lembro: nada disso lhe foi dito
Não deve haver nenhum atrito
Sobre aquilo que não existe

terça-feira, 2 de julho de 2013

Minha droga - Música

voce-e-meu-vicio

Além de sofrer
Causar sofrimento
Além de perder
Encontrar-se perdido

Em confusões, embaralhado
Em soluções, não encontrado
Em meio ao vício, causando dor
Talvez em vão, senão por amor

[R]
Viciado, eu posso dizer
Buscando o que me faz bem
E como age um viciado
Não percebe o mal que faz
Não percebe o que já tem

Além de tentar
Achar-se vencido
E além de possuir
Querer o não “tido”

Machucando, em situações
Não percebo ao meu redor
Somente só, os corações
E meu vício, é maior
Do que querer ficar sozinho

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Tudo numa canção - Poesia

tudo-numa-cancao

E tudo o que eu quero é escrever
E expandir as emoções que me consomem
E eu quero cantar e gritar as agonias da alma
Expelir as angústias, e fazer surgir a calma

E vou me perder, que eu sei
Mas vou me encontrar
Eu quero ser grande, quero explodir
E lançar minha alegria ao partir

Mas tudo é desalento
Tudo se esvai e vai
Carregado pelo vento

É o fim da canção
E tudo pelo que ansiei
Acabou. Aflição!