
Enxergo a poeira que cobre a estante
E cada réplica de clássicos esquecidos
Muitos são relíquias de épocas passadas
E outros são destroços de livros conhecidos
Alguns exemplares são páginas de uma vida
Contada em versos e estrofes bem construídos
Alguns são meros rascunhos de um pobre escritor
Que imprimiu suas folhas, em gestos atrevidos
E não há pano para esquivar a sujeira
Não há vontade para reler o que possa interessar
Aquela estante deve permanecer intacta
Para que nada daquilo se possa acabar
Parece contraditório
Que uma mente agitada
Se mostre aliviada
De no ócio ficar
E como parece estranho
Que uma estante completa
Pareça analfabeta
Diante do leitor
Que contradição há nas palavras
De alguém com a mente em movimento
Quer que fique, quer que não mexa
Que se esqueça do acontecimento
Não! Não deixe a estante empoeirar
Não deixe a história acabar
A busca por ficções, por aventuras,
Os mitos dos heróis e sua bravura
Nada deve se perder
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