sexta-feira, 28 de junho de 2013

O lamento de um poeta - Poesia

sobre-ser-poeta

Que poeta sou eu
Se perco a inspiração
Se me calo ante os versos
Me debruço sobre a mesa
Num tom de acusação

E que artista eu pretendo ser
Se perco minha rima
Me fogem as palavras
Se meu ego está em brasa
E não existe pantomima

Ah, como queria de novo minha inspiração
Queria te cantar em versos
Sentir o mal disperso
Como que em uma afirmação

Ah, como me grita a ambição
Quanto te tenho como universo
Da vida me torno disperso
E desejo ser seu campeão

Mas que pessoa me deixo ser
Quando busco apenas o bel prazer
E em suas curvas deslizar?

E como não pretendia
Já me perdi em sua beleza
Minhas palavras perderam a destreza
E não era o que eu previa

Escrevi para me lamentar
Mas sua lembrança não me deixa estar
Quero esquecer. Quero escrever

Sua voz se mistura às minhas rimas
Eu perco ante a minha sina
Quero essa menina!
Quero minha menina!

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Selva de pedra - Poesia

eu-te-desejo-poesia

Nada se esconde
Nessa selva de pedra
Que nos entrelaçou
Cada pedaço do que restou
Se recompôs e de novo se fez

Tudo agora paira no ar
Sob o vento deixa-se levar
Palavras, pensamentos
Sons na imensidão
Tudo o que agora são marcas
Do que compõe um coração

E se o grande então se fez
E mesmo ante à insensatez
A novidade vem pra abalar
Caçoar da mentira e da vaidade
Porque tudo o que faz sentido
Na verdade não o faz

Os carretéis da alma
Maquinando num Tum de sensações
Num ritmo constante, sem coordenação
O desejo não se faz vão

A angústia que agora jaz
Longe do meu peito, do leva-e-traz
E que um vazio agora preenchido
Sentimento pulsando enternecido
Permaneça até nunca mais se deixar cansar

Que sob a luz da manhã
Minha voz se vá
Alcance o pulso do seu coração
Que em consonância com o meu
E novamente o novo se faça
Cada timbre que encontra e disfarça
Num soar, num luar, num lugar.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Que vontade que dá - Poesia

te-amar-na-areia

Ah, que vontade de ver o sol no mar
Que vontade de me perder
Nos seus cachos
Nos seus braços
E me encontrar

Que vontade de estar contigo ao acordar
E daquele céu contemplar
Com ternura
E desmesura
E me engasgar

Ah, que vontade de pertencer
Ao cantinho do seu olhar
Seu rosto mirar
Seu beijo provar
E me entregar

Ah, que vontade de encontrar
A paz nos dias quentes
O calor nos dias frios
Enxergar sem lentes
Unir duas mentes
E acorrentar

E que vontade de merecer
Toda a dádiva do prazer
Toda a sátira do bem querer
E de novo me perder
Sem voltar.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Retratos - Poesia


Um retrato de muitas paisagens
Feições, expressões, paisagens, emoções
Tudo preso ao enquadramento
Molduras que não se encaixam
São poses depravadas
Demonstram o ridículo
Como se tudo fosse um absurdo
Em que o preconceito se deixa transparecer
Sem saber que pode se estar na mesma situação

E do que se trata aquilo senão da realidade?
Parece feio?
Porque não se encaixa ao seu cotidiano
Porque não se deixa abrir a novas possibilidades
Criar novas permissividades
E o belo se fará presente
Aonde quer que seja
Onde quer que se esteja

Cada cena enquadrada
Uma história a ser contada
Mil motivos ou sem razão
Não importa nada que não o coração
Cem cores ou incolor
O que realmente o artista expressou?
Ficção e realidade
Protesto, emoção, uma simples verdade
Já não cabe mais julgar
Se ao certo não há o certo
Nem o errado se faz presente
Porque tudo é ponto de vista
Tudo depende de cada um em si
E você se julga?

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Ad Sumus (Aqui Estamos) - Poesia


A vida é feita de fases
Com seus momentos altos e baixos
Explicações não cabem em frases
Não cabem nessas frases feitas

Se você pudesse saber
Tudo o que você gostaria
O melhor jeito de se viver
Ainda estaria nessa agonia?

E se você pudesse voar
Para onde você iria?
E se você pudesse fugir
Onde se esconderia?
Se fosse encontrar alguém
Quem você buscaria?
E na controvérsia da vontade,
Se nada quisesse fazer,
O que você faria?

Porque não tenta sair?
Se desligar dos seus problemas
Porque não tenta não ligar?
Sair fora desse sistema
Não poderia ser tão mal
Se você fizesse o que tem vontade
Se você começasse a dizer sim,
Se experimentasse a liberdade.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

O que se esconde - Poesia


Era linda aquela menina de olhar meigo e cativante 
e era tão triste sua sina 
que de sorridente era sufocante 

Como vai, senhor, disse-me ela 
e senti o ardor de seus lábios 
e ela se fazia tão singela, 
mal pude responder 
pois roubou-me o ar 

Aquela que parecia tão fútil 
é a mesma que se fez madura 
surpreendeu-me com sua cultura 
era sabida mas se escondia 

Suas madeixas sem cor definida 
reluziam conforme a luz 
quem diria que a bela menina 
carregava uma pesada cruz? 

Não seria exagero? 
Um desânimo passageiro? 
Seria falta de ânsia por viver? 
O que a faria tanto sofrer? 

Preso em meus pensamentos 
desencorajo-me ao pensar em perguntar 
prefiro o semblante de bela menina 
que em minha mente insiste em ficar.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

A luta do povo que se levanta - Poesia


O que bate
no coração dessa gente
Que se impulsiona
E o grito, sem vergonha
Se faz conveniente

Que revoltas
Assolam essas mentes
Que vão pras ruas
Se mobilizam
E mostram os dentes

O que quer
O que é que quer esse povo?
Que já tanto se calou
Impunidades, aceitou
E agora espera o novo

Às vezes são um, dois
Três ou dez motivos,
E a luta é pela justiça
E não por simples adjetivos

O país não quer se mostrar belo
Parecer rico, ser comparativo
Mas quer mudanças de verdade
Com melhoras efetivas
E não apenas curativo

Com um belo lema o povo se reúne
E convida todos os cidadãos
Não querem que nada fique impune
Que passe por braços vãos

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Inconsciente - Poesia


Detalhes de uma mente perversa
Eu nem quero conhecer
Sonhos que me aparecem
Sem ninguém saber
Desejo que me apavora e me confunde
Já nem sei o que fazer
Concordar ou reprimir...

Deixar o desejo tomar conta
Matar sua pretensão
E meu corpo anseia
Minha vontade é cuidadosa
Perco-me inconscientemente
E meu corpo lentamente
Torna-se um caos de explosivos
Que fazem o fogo se acender

E meu corpo vai
Sem saber pra onde nem por quê
Perdida em confusões
E lento o pensamento
Que se funde em ilusões
De se deixar ou não levar
Pelas emoções ou o momento são

Nada parece certo
E nada faz sentido
Tudo se vira contra mim
Como uma ameaça que não chega ao fim
O vírus do prazer que contamina
Me ruboriza a face
E fica a me tentar
E somos levados ou não?

Calafrios e no estômago borboletas
Tudo indica que sim... mas não
O sim e o não travam sua batalha
E pode haver manipulação?
Ou, qual seria a explicação?
Até onde deve-se ser regido apenas pela razão?
Testa-se o autocontrole então...
E somos levados ou não?

terça-feira, 11 de junho de 2013

A voz que te chama - Poesia

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E quando me sinto só
É porque sozinho estou
E é nessa calada da noite
Que posso ouvir meu coração
Ele não quer mágoas
Ele chama por você

O sono me abandona
A mente começa a fervilhar
Quero dormir, quero esquecer
Mas sinto ele a te buscar
E que tristeza
Essa incerteza
Se há mágoa também
Sou apenas refém

Mas deixa eu te abraçar
Quero teu beijo nessa noite escura
Ouço sua respiração inundar
O vazio da minha alma

Quero sentir teu cheiro
E bem de perto te afagar
Esquecer o que passou
Ver o amor desabrochar
Como sempre foi.

Apenas assim - Poesia

poesia-quero-so-voce

E basta um olhar pra eu me apaixonar
Novamente
E basta um sorriso sua boca expressar
Pra eu me encantar
Novamente
E que loucura essa mistura de sentimentos
E com ternura uma desmesura de amor

E é pra valer?
Eu quero que seja
É pra acontecer
Se é o que deseja
Espero o tempo que for
Se for pra ser realidade
Resta saber se é amor
Já descobri a felicidade

E todo o tempo que passa se mostra pouco
E toda a distância se torna longa demais
Cada pedaço de ânimo se dá em sua presença
E ao pensar em te encontrar, felicidade se faz

É como se encontrar depois de muito tempo perdido
E é como se perder num bosque de bons momentos
Tudo se confunde e cada pedaço se refaz
Aos poucos tudo se completa, certo como o firmamento
Tudo o que passou hoje parece não ter sido nada
E apenas o que vivo é o que me importa
Assim como uma luz que se vê no fim da estrada
Te sinto, com esperança de que se pode concretizar

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Tons - Poesia

poesia-tons

E quando a flor parece mais rosa
E o sol parece brilhar mais
E quando nada parece abalar
Só o que importa é o que se faz

E quando a ansiedade parece aumentar
E tudo, no fundo, parece estar bem
E mesmo quando tudo dá errado
Sempre há força pra ir além

E quando o azul fica mais ciano
E a lua reflete sua luz no mar
Quando estar junto é sinônimo de prazer
E quando o prazer é contigo estar

E quando ando por ai, pareço estar perdida?
Parece um desencontro quando tudo o que encontro é nada?
E enquanto vejo as diferentes cores e percebo os diversos tons
Meu pensamento só viaja, sem destino aonde chegar
Mas que boa sensação essa em que me encontro então
Porém não em vão, porque agora algo parece ter sentido
E enquanto anseio pelo melhor algo maior parece me preencher
E pareço estar perdida?
Alguém sem rumo e sem medida?

sexta-feira, 7 de junho de 2013

A loucura e a alienação - Poesia

poesia-loucura-alienacao

E esse tempo que não passa
E as horas que não rodam
Tudo o que eu vejo se despedaça
São resquícios de uma alucinação

E o que é ser louco?
E o que é estar louco?
Preso no mundo da minha alienação
Assim, nada faz sentido
Mas continuo a escrever
A mim, é tudo o que resta
Mas queria poder te ver

Não, uma situação que não presta
Tudo parado ao meu redor
As pessoas se entreolham
O povo não consegue enxergar
Será que estou fora de controle
Ou todos se fazem de idiotas
Impacientes sem nem saber por que
Agora tudo me revolta
E mais nada a minha volta
parece fazer sentido
Basta um começar a andar
Alguém começou a pensar
e tomar atitudes
Então todos se modificam
Um para, todos param
E que mundo é esse?
Precisam de alguém para os governar
E tudo volta a andar.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Pelo fogo - Poesia

poesia-amargura

Como um prédio em chamas
Cá estou eu, destruindo por dentro
Cada pedaço do meu coração

Vejo coisas que antes não existiam
Como posso enxergá-las agora?
Cada detalhe escondido
Cada façanha perdida
Em visões supérfluas
E porque não as enxerguei?
Sempre estiveram diante de mim
Como uma cobra pronta para dar o bote
Imagens aterrorizantes
Sentimentos conflitantes
Tudo agora está confuso
E o fogo está acabando
Mas não pode cessar sem que eu descubra
O que me faz pensar que estou enlouquecendo

A fumaça já está se esvaindo
Assim como as últimas certezas que eu pensava ter
Mas há de surgir uma nova faísca
Algo, para o fogo reascender

quarta-feira, 5 de junho de 2013

O que parece reger - Poesia

poesia-o-que-rege

Em cada esquina te vejo em mil maneiras
E em cada toque te sinto longe e perto
Sob o luar posso ver seu rosto bem certo
Crente de que posso te enxergar em qualquer lugar
E o que paira no ar senão um clima ameno,
Estrelas brilhando no céu, poderia ser um sinal
De que o romance agora está em voga
E o que começa não pretende ter final

Em cada palavra posso ouvir sua voz
E cada pensamento vai até você
Por hora, penso estar enlouquecendo
Querer e não querer, o que estou fazendo

Saber se deixar levar ou não deixar
Tentar prever o que está por vir
Pensar em contraposições demais
Características pra não se assumir

E enquanto seu corpo me aparece
E tento controlar os sentimentos
Deixo que tudo corra por si só
Como se fosse seu próprio alimento

Porque querer ou não querer
Pode ser. Complexo demais
E pensar ou não pensar
Às vezes cansa querer saber.

Sem forças, apenas saudade - Poesia

poesia-apenas-saudade

E se a saudade apertar
Que é que se há de fazer?
E se a angústia oprimir
Por quem se há de morrer?

Se sob a névoa meu anseio se esvai
E sobre a terra meu passo contrai
Que mais posso querer buscar?
Quando Minh’ alma se põe a te amar

E na busca seleta do novo encontrar
O que mais posso eu querer?
O que mais posso ansiar? 
Nessa tolice, enlouquecida
E minha sorte, já esvaída
Se vai. Sem mais

Então agora pareço pequeno
Meu corpo, sem forças, se retrai
Meu braço, envolto nas pernas, se contrai
Não há quem possa me julgar
E agora me mostro obsceno

Sem gestos, mas com atitude
Intento. E me esforço amiúde
E eis que minha face cora
Esta que logo agora era fria
E de novo minh’ alma inebria
E sinto você chegar.

terça-feira, 4 de junho de 2013

E se a distância nos separa - Poesia

poesia-distancia

E que o vento
traz sua mensagem
eu não duvidaria

E que o sol
reflete sua beleza
eu sempre acreditaria
À quilômetros do meu coração
sua presença se faz
E a esperança de um reencontro
sua voz me traz
Você que me fez acreditar
que mesmo longe se pode estar
que sem saber se pode ter
um sentimento a renascer
Você que vira minha cabeça,
você que acorda me fazendo sorrir
Só peço que não me esqueça
que a felicidade está por vir
Seja o tempo que for
guardarei suas palavras
o sonho do eterno amor
A verdade que surgirá
deixará mostrar-se com o tempo
o amargor se vingará
sem deixar marcas ruins
Enfim.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Assombrado - Poesia

assombrado

Nos dias frios, em que seu rosto parecer distante
E o soar dos sinos não parecer constante
Saiba que estarei a te aquecer

E na obscuridade que não deixa enxergar
Os prazeres escondidos a te rodear
Te ajudarei a esclarecer
E com imensa servidão
Seguirá meu coração
Rumo a te satisfazer
Escravo do bem querer

Quando o céu se tornar gris, e o medo te assombrar
À noite, a lua parecer não existir e não brilhar
Seu guia de luz eu posso ser

Se na profundidade da alma a angústia aparecer
Como um vento devastando todo o ser
Estarei eu a te escutar

Como a vela a queimar
O fogo em mim hei de estar
E como a cera a derreter
O mal há de se desfazer