segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Sinto falta - Poesia

sinto-falta-poesia

Sinto falta daquilo que fiz
Mas sinto mais falta do que não fiz
Sinto falta de uma vida diferente,
De visões inocentes de uma vida qualquer
Sinto falta de fotografias não tiradas,
De lugares não visitados, alegrias inusitadas
Sinto falta de conhecer novas paisagens,
Por de lado as trairagens, como se nunca houvessem existido

Que falta faz conhecer o desconhecido,
De ainda não ter aprendido como se deixa viver
Que falta faz pôr os sonhos em prática,
Variar a temática, como se fosse algo impossível

Sinto falta de fazer o que gosto
Viver sem regra fixa, seria melhor, aposto
E sinto falta de convivência,
Próxima, calorosa, mais intensa
Reunir os amigos com mais frequência
Mesmo que para fazer nada num dia qualquer

Sinto falta de quem tá perto e quem tá distante
De quem não mais me fala, de quem ficou na estante
Mas de muita coisa falta não sinto
Prefiro omitir, não escondo, nem minto

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Assim... - Poesia


Assim,
Assim você apareceu
E me sugou, e me tomou, me tornou teu
Assim,
Sem mais nem menos
Me acariciou, me apalpou, fez gestos obscenos

E eu me permiti,
E me entreguei, e me doei, abri-me toda pra você
Assim

Assim,
Simplesmente assim
Tudo aconteceu, tudo estremeceu, foi um motim
Assim,
Apenas me adentrou
Não me forçou, não me pediu, mas me roubou

E com todas as forças eu me dei
Não resisti, não sucumbi, eu te encarei
Assim.

E assim tudo se fez
Tudo se uniu e tornou-se um
Assim.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

As vontades da imaginação do mundo - Poesia

vontades-poesia

Que vontade de um amanhecer ensolarado
De me esbanjar em um abraço apertado
Que vontade de dar passos esmigalhados
Cantarolar bem alto, passar longe de sorrisos forçados

Vontade de erguer os braços bem altos e tentar tocar o céu
De esticar a perna e com um passo estar em outro lugar
De apenas observar as mudanças do mar, ver seu escarcéu
E de repente, assim bem de repente, vê-lo se acalmar

Sem me preocupar quero me macular, me sentir profana
Depois, sem mais nem menos, me tornar mera humana
Sem rumo, nem dono, nem nome
Sem dor, preconceito ou fome
Na chegada ao nirvana

E depois eu sonho, me imagino praiana
Dócil, meiga, como a maior puritana
“Uau, quem é essa bela donzela?”
“É a pequena e tímida suburbana”. 

Mas é tudo mentira, tudo parte de uma parte inventada
Tudo história de uma narrativa mal contada
Que se perdeu no meio de um livro qualquer.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Apenas Viver - Poesia

buscar-a-felicidade

Onde se encontra
A vã felicidade que se busca
A pequena alegria que se ofusca
E me deixa só a pensar

Para onde vai
Todo o esforço do dia-a-dia
E toda a pouca simpatia
Que quase não se vê

O que posso fazer
Se meu corpo não responde
E minha força se esconde
Ante as rimas do meu verso

Mas não deixo de viver
não quero me arrepender
Quero cantar, quero encantar
Encontrar a razão para amar

quarta-feira, 24 de julho de 2013

O frio do meu coração - Poesia

coracao-frio

Quando o frio consome minha alma
Lembro que um dia eu te amei
E quando o gelo petrifica meu coração
Penso que é tarde, decomporei

Meu corpo está gélido
Sem movimento
Meu ato, suicido
Rumo ao abatimento

A razão deixou de ser
Pensamentos me escarnecem
Sem você não há vida
Células, pele empobrecem

Os pássaros não cantam mais
O sol não mais se põe
Faróis não mandam sinais
A morte se predispõe

Faça parar de chover
Faça o vento se calar
Faça o frio se esconder
Prometa que vai voltar
Toda vida eu te busquei
Então faz a tempestade passar
Vem, me procura, me encontra
E deixa eu viver pra te amar.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Um pesadelo - Poesia

quem-nao-cuida-perde

Sem querer eu ergui muralhas
E tapei possíveis espaços
Sem querer me armei de aços
Pior que nas piores batalhas

E sem querer eu me fechei
E num mundo paralelo eu vivia
Nenhuma emoção, então, eu sentia
E aos poucos me despedacei

Tão tolo, agi querendo não querer
Não permiti, não quis me perder
E foi assim que te perdi

Não, eu não quis me enganar
Eu temi, não quis me entregar
E agora me arrependi

E de que vale uma lágrima derramada
Se você tão longe está
O meu pranto não presta pra nada
Se você não me escutar

Agora acordo, percebo...
Você aqui está
Esse pesadelo de te perder
Veio pra me assombrar

terça-feira, 16 de julho de 2013

O amor e a garota da vida - Poesia

garota-da-vida-e-o-amor

E sem querer eu te queria
E procurava, e me perdia
Brincava com a razão
Sufocava o coração

E por ti meu peito ansiava
De seu amor eu era escrava
Sonhava em te ter ao meu lado
Em meu corpo deixar-te encurralado

Por algum dinheiro me deitei pela primeira vez
Mas ao sentir o teu calor perdi a lucidez
Nunca havia sentido tanta paixão
Nem visto um homem com tanta emoção

Mas me fiz da vida
Pra muitos, fingida
E sem coração

Buscava apenas pagamento
Não demonstrava sentimento
Isso até te conhecer

Então todas as noites eu te buscava
No meu canto procurava, procurava
Sem nenhuma explicação

E de novo você me apareceu
Meu rosto então resplandeceu
Quando me tomou nos braços
E senti o calor de seus amassos
Percebi o que era amar

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Umas saudades - Poesia

uma-mente-viajante

Ah, que saudade
Dos dias verdejantes
Daqueles senhores cantantes
De ver o sol no mar

Ah, que saudade eu tenho
De sentir aquela brisa leve
De emancipar-me sem ser breve
E não ter satisfação pra dar

Ah, mas que saudade eu sinto
De deitar-me sobre a grama
E aquecer-me numa chama
Quando assim bem entender

Essa saudade me detém
Perco horas em recordações
Minha mente em alucinações
Parece nunca desfalecer

Mas também,
Uma mente viajante
Em constante itinerante

Perde-se fácil em devaneios

terça-feira, 9 de julho de 2013

A estante empoeirada - Poesia

livros-na-estante-empoeirada

Enxergo a poeira que cobre a estante
E cada réplica de clássicos esquecidos
Muitos são relíquias de épocas passadas
E outros são destroços de livros conhecidos

Alguns exemplares são páginas de uma vida
Contada em versos e estrofes bem construídos
Alguns são meros rascunhos de um pobre escritor
Que imprimiu suas folhas, em gestos atrevidos

E não há pano para esquivar a sujeira
Não há vontade para reler o que possa interessar
Aquela estante deve permanecer intacta
Para que nada daquilo se possa acabar

Parece contraditório
Que uma mente agitada
Se mostre aliviada
De no ócio ficar

E como parece estranho
Que uma estante completa
Pareça analfabeta
Diante do leitor

Que contradição há nas palavras
De alguém com a mente em movimento
Quer que fique, quer que não mexa
Que se esqueça do acontecimento

Não! Não deixe a estante empoeirar
Não deixe a história acabar
A busca por ficções, por aventuras,
Os mitos dos heróis e sua bravura
Nada deve se perder

quinta-feira, 4 de julho de 2013

As entrelinhas de uma paixão - Poesia

poesia-te-desejo

O que dizer, quando a vontade é não falar?
Como explicar, se o sentimento não tem explicação?
Como conter-se, quando o desejo pede um beijo?
Sentir teu cheiro, teu corpo, tua mão...

Ah, sua mão... inquieta e abusada,
Deslizando suavemente... um toque leve e profundo
Por vezes deixa-me encabulada
A sensação prazerosa e incitante
E a palavra falada...

Ah, cochichada... ao pé do ouvido
Junto ao arrepio
Que me toma, me domina
E aumenta a adrenalina
Meu corpo colado ao seu,
Seu peso, seu beijo molhando o meu.

Sinto-me inocente
Mas com uma vontade ardente
Inexperiente, querendo me achar
Encontrar-me em você
Ver o que ninguém vê
Descobrir!

O que nos completa
O que satisfaz
O que objeta ou o que é fugaz
O que incentiva e o que cativa
Nossa paixão

E assim o desejo
Espalhando-se como por metástase
Me toma pela base das sensações
Centralizam-se as atenções,
Perdem-se definições
E tudo é o momento

Sem entender, sem explicar,
Sem perder o argumento
É um entrelaçamento
De pernas, de braço...
Um laço
Entre eu e você

quarta-feira, 3 de julho de 2013

A história mal contada - Poesia

historia-mal-contada

E na súmula daquela história se vê o improvável
Toda a podridão que se acumula é incalculável
São versos mal feitos que de uma vida falam
Rimas escassas, palavras sem graça, que sozinhas se calam

E que afronta se faz com essa súmula
Que nem de longe mostra uma partícula
Da realidade. Exagera sobre a cópula
E não conta sobre a cúpula. Devoradora.
Disso nem se faria uma fábula.

Mas sem ânimos exaltados
Vamos considerar acidentados
Esses versos que nada dizem

E sem bocas exclamando
Vamos fazer esse dia brando
Como que se houvesse paz

Só digo: esqueça essa história
Não deixe ficar nem na memória
Pois sujeira não deve valer

E lembro: nada disso lhe foi dito
Não deve haver nenhum atrito
Sobre aquilo que não existe

terça-feira, 2 de julho de 2013

Minha droga - Música

voce-e-meu-vicio

Além de sofrer
Causar sofrimento
Além de perder
Encontrar-se perdido

Em confusões, embaralhado
Em soluções, não encontrado
Em meio ao vício, causando dor
Talvez em vão, senão por amor

[R]
Viciado, eu posso dizer
Buscando o que me faz bem
E como age um viciado
Não percebe o mal que faz
Não percebe o que já tem

Além de tentar
Achar-se vencido
E além de possuir
Querer o não “tido”

Machucando, em situações
Não percebo ao meu redor
Somente só, os corações
E meu vício, é maior
Do que querer ficar sozinho

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Tudo numa canção - Poesia

tudo-numa-cancao

E tudo o que eu quero é escrever
E expandir as emoções que me consomem
E eu quero cantar e gritar as agonias da alma
Expelir as angústias, e fazer surgir a calma

E vou me perder, que eu sei
Mas vou me encontrar
Eu quero ser grande, quero explodir
E lançar minha alegria ao partir

Mas tudo é desalento
Tudo se esvai e vai
Carregado pelo vento

É o fim da canção
E tudo pelo que ansiei
Acabou. Aflição!

sexta-feira, 28 de junho de 2013

O lamento de um poeta - Poesia

sobre-ser-poeta

Que poeta sou eu
Se perco a inspiração
Se me calo ante os versos
Me debruço sobre a mesa
Num tom de acusação

E que artista eu pretendo ser
Se perco minha rima
Me fogem as palavras
Se meu ego está em brasa
E não existe pantomima

Ah, como queria de novo minha inspiração
Queria te cantar em versos
Sentir o mal disperso
Como que em uma afirmação

Ah, como me grita a ambição
Quanto te tenho como universo
Da vida me torno disperso
E desejo ser seu campeão

Mas que pessoa me deixo ser
Quando busco apenas o bel prazer
E em suas curvas deslizar?

E como não pretendia
Já me perdi em sua beleza
Minhas palavras perderam a destreza
E não era o que eu previa

Escrevi para me lamentar
Mas sua lembrança não me deixa estar
Quero esquecer. Quero escrever

Sua voz se mistura às minhas rimas
Eu perco ante a minha sina
Quero essa menina!
Quero minha menina!

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Selva de pedra - Poesia

eu-te-desejo-poesia

Nada se esconde
Nessa selva de pedra
Que nos entrelaçou
Cada pedaço do que restou
Se recompôs e de novo se fez

Tudo agora paira no ar
Sob o vento deixa-se levar
Palavras, pensamentos
Sons na imensidão
Tudo o que agora são marcas
Do que compõe um coração

E se o grande então se fez
E mesmo ante à insensatez
A novidade vem pra abalar
Caçoar da mentira e da vaidade
Porque tudo o que faz sentido
Na verdade não o faz

Os carretéis da alma
Maquinando num Tum de sensações
Num ritmo constante, sem coordenação
O desejo não se faz vão

A angústia que agora jaz
Longe do meu peito, do leva-e-traz
E que um vazio agora preenchido
Sentimento pulsando enternecido
Permaneça até nunca mais se deixar cansar

Que sob a luz da manhã
Minha voz se vá
Alcance o pulso do seu coração
Que em consonância com o meu
E novamente o novo se faça
Cada timbre que encontra e disfarça
Num soar, num luar, num lugar.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Que vontade que dá - Poesia

te-amar-na-areia

Ah, que vontade de ver o sol no mar
Que vontade de me perder
Nos seus cachos
Nos seus braços
E me encontrar

Que vontade de estar contigo ao acordar
E daquele céu contemplar
Com ternura
E desmesura
E me engasgar

Ah, que vontade de pertencer
Ao cantinho do seu olhar
Seu rosto mirar
Seu beijo provar
E me entregar

Ah, que vontade de encontrar
A paz nos dias quentes
O calor nos dias frios
Enxergar sem lentes
Unir duas mentes
E acorrentar

E que vontade de merecer
Toda a dádiva do prazer
Toda a sátira do bem querer
E de novo me perder
Sem voltar.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Retratos - Poesia


Um retrato de muitas paisagens
Feições, expressões, paisagens, emoções
Tudo preso ao enquadramento
Molduras que não se encaixam
São poses depravadas
Demonstram o ridículo
Como se tudo fosse um absurdo
Em que o preconceito se deixa transparecer
Sem saber que pode se estar na mesma situação

E do que se trata aquilo senão da realidade?
Parece feio?
Porque não se encaixa ao seu cotidiano
Porque não se deixa abrir a novas possibilidades
Criar novas permissividades
E o belo se fará presente
Aonde quer que seja
Onde quer que se esteja

Cada cena enquadrada
Uma história a ser contada
Mil motivos ou sem razão
Não importa nada que não o coração
Cem cores ou incolor
O que realmente o artista expressou?
Ficção e realidade
Protesto, emoção, uma simples verdade
Já não cabe mais julgar
Se ao certo não há o certo
Nem o errado se faz presente
Porque tudo é ponto de vista
Tudo depende de cada um em si
E você se julga?

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Ad Sumus (Aqui Estamos) - Poesia


A vida é feita de fases
Com seus momentos altos e baixos
Explicações não cabem em frases
Não cabem nessas frases feitas

Se você pudesse saber
Tudo o que você gostaria
O melhor jeito de se viver
Ainda estaria nessa agonia?

E se você pudesse voar
Para onde você iria?
E se você pudesse fugir
Onde se esconderia?
Se fosse encontrar alguém
Quem você buscaria?
E na controvérsia da vontade,
Se nada quisesse fazer,
O que você faria?

Porque não tenta sair?
Se desligar dos seus problemas
Porque não tenta não ligar?
Sair fora desse sistema
Não poderia ser tão mal
Se você fizesse o que tem vontade
Se você começasse a dizer sim,
Se experimentasse a liberdade.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

O que se esconde - Poesia


Era linda aquela menina de olhar meigo e cativante 
e era tão triste sua sina 
que de sorridente era sufocante 

Como vai, senhor, disse-me ela 
e senti o ardor de seus lábios 
e ela se fazia tão singela, 
mal pude responder 
pois roubou-me o ar 

Aquela que parecia tão fútil 
é a mesma que se fez madura 
surpreendeu-me com sua cultura 
era sabida mas se escondia 

Suas madeixas sem cor definida 
reluziam conforme a luz 
quem diria que a bela menina 
carregava uma pesada cruz? 

Não seria exagero? 
Um desânimo passageiro? 
Seria falta de ânsia por viver? 
O que a faria tanto sofrer? 

Preso em meus pensamentos 
desencorajo-me ao pensar em perguntar 
prefiro o semblante de bela menina 
que em minha mente insiste em ficar.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

A luta do povo que se levanta - Poesia


O que bate
no coração dessa gente
Que se impulsiona
E o grito, sem vergonha
Se faz conveniente

Que revoltas
Assolam essas mentes
Que vão pras ruas
Se mobilizam
E mostram os dentes

O que quer
O que é que quer esse povo?
Que já tanto se calou
Impunidades, aceitou
E agora espera o novo

Às vezes são um, dois
Três ou dez motivos,
E a luta é pela justiça
E não por simples adjetivos

O país não quer se mostrar belo
Parecer rico, ser comparativo
Mas quer mudanças de verdade
Com melhoras efetivas
E não apenas curativo

Com um belo lema o povo se reúne
E convida todos os cidadãos
Não querem que nada fique impune
Que passe por braços vãos

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Inconsciente - Poesia


Detalhes de uma mente perversa
Eu nem quero conhecer
Sonhos que me aparecem
Sem ninguém saber
Desejo que me apavora e me confunde
Já nem sei o que fazer
Concordar ou reprimir...

Deixar o desejo tomar conta
Matar sua pretensão
E meu corpo anseia
Minha vontade é cuidadosa
Perco-me inconscientemente
E meu corpo lentamente
Torna-se um caos de explosivos
Que fazem o fogo se acender

E meu corpo vai
Sem saber pra onde nem por quê
Perdida em confusões
E lento o pensamento
Que se funde em ilusões
De se deixar ou não levar
Pelas emoções ou o momento são

Nada parece certo
E nada faz sentido
Tudo se vira contra mim
Como uma ameaça que não chega ao fim
O vírus do prazer que contamina
Me ruboriza a face
E fica a me tentar
E somos levados ou não?

Calafrios e no estômago borboletas
Tudo indica que sim... mas não
O sim e o não travam sua batalha
E pode haver manipulação?
Ou, qual seria a explicação?
Até onde deve-se ser regido apenas pela razão?
Testa-se o autocontrole então...
E somos levados ou não?

terça-feira, 11 de junho de 2013

A voz que te chama - Poesia

coracao-chama-por-voce

E quando me sinto só
É porque sozinho estou
E é nessa calada da noite
Que posso ouvir meu coração
Ele não quer mágoas
Ele chama por você

O sono me abandona
A mente começa a fervilhar
Quero dormir, quero esquecer
Mas sinto ele a te buscar
E que tristeza
Essa incerteza
Se há mágoa também
Sou apenas refém

Mas deixa eu te abraçar
Quero teu beijo nessa noite escura
Ouço sua respiração inundar
O vazio da minha alma

Quero sentir teu cheiro
E bem de perto te afagar
Esquecer o que passou
Ver o amor desabrochar
Como sempre foi.

Apenas assim - Poesia

poesia-quero-so-voce

E basta um olhar pra eu me apaixonar
Novamente
E basta um sorriso sua boca expressar
Pra eu me encantar
Novamente
E que loucura essa mistura de sentimentos
E com ternura uma desmesura de amor

E é pra valer?
Eu quero que seja
É pra acontecer
Se é o que deseja
Espero o tempo que for
Se for pra ser realidade
Resta saber se é amor
Já descobri a felicidade

E todo o tempo que passa se mostra pouco
E toda a distância se torna longa demais
Cada pedaço de ânimo se dá em sua presença
E ao pensar em te encontrar, felicidade se faz

É como se encontrar depois de muito tempo perdido
E é como se perder num bosque de bons momentos
Tudo se confunde e cada pedaço se refaz
Aos poucos tudo se completa, certo como o firmamento
Tudo o que passou hoje parece não ter sido nada
E apenas o que vivo é o que me importa
Assim como uma luz que se vê no fim da estrada
Te sinto, com esperança de que se pode concretizar

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Tons - Poesia

poesia-tons

E quando a flor parece mais rosa
E o sol parece brilhar mais
E quando nada parece abalar
Só o que importa é o que se faz

E quando a ansiedade parece aumentar
E tudo, no fundo, parece estar bem
E mesmo quando tudo dá errado
Sempre há força pra ir além

E quando o azul fica mais ciano
E a lua reflete sua luz no mar
Quando estar junto é sinônimo de prazer
E quando o prazer é contigo estar

E quando ando por ai, pareço estar perdida?
Parece um desencontro quando tudo o que encontro é nada?
E enquanto vejo as diferentes cores e percebo os diversos tons
Meu pensamento só viaja, sem destino aonde chegar
Mas que boa sensação essa em que me encontro então
Porém não em vão, porque agora algo parece ter sentido
E enquanto anseio pelo melhor algo maior parece me preencher
E pareço estar perdida?
Alguém sem rumo e sem medida?

sexta-feira, 7 de junho de 2013

A loucura e a alienação - Poesia

poesia-loucura-alienacao

E esse tempo que não passa
E as horas que não rodam
Tudo o que eu vejo se despedaça
São resquícios de uma alucinação

E o que é ser louco?
E o que é estar louco?
Preso no mundo da minha alienação
Assim, nada faz sentido
Mas continuo a escrever
A mim, é tudo o que resta
Mas queria poder te ver

Não, uma situação que não presta
Tudo parado ao meu redor
As pessoas se entreolham
O povo não consegue enxergar
Será que estou fora de controle
Ou todos se fazem de idiotas
Impacientes sem nem saber por que
Agora tudo me revolta
E mais nada a minha volta
parece fazer sentido
Basta um começar a andar
Alguém começou a pensar
e tomar atitudes
Então todos se modificam
Um para, todos param
E que mundo é esse?
Precisam de alguém para os governar
E tudo volta a andar.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Pelo fogo - Poesia

poesia-amargura

Como um prédio em chamas
Cá estou eu, destruindo por dentro
Cada pedaço do meu coração

Vejo coisas que antes não existiam
Como posso enxergá-las agora?
Cada detalhe escondido
Cada façanha perdida
Em visões supérfluas
E porque não as enxerguei?
Sempre estiveram diante de mim
Como uma cobra pronta para dar o bote
Imagens aterrorizantes
Sentimentos conflitantes
Tudo agora está confuso
E o fogo está acabando
Mas não pode cessar sem que eu descubra
O que me faz pensar que estou enlouquecendo

A fumaça já está se esvaindo
Assim como as últimas certezas que eu pensava ter
Mas há de surgir uma nova faísca
Algo, para o fogo reascender

quarta-feira, 5 de junho de 2013

O que parece reger - Poesia

poesia-o-que-rege

Em cada esquina te vejo em mil maneiras
E em cada toque te sinto longe e perto
Sob o luar posso ver seu rosto bem certo
Crente de que posso te enxergar em qualquer lugar
E o que paira no ar senão um clima ameno,
Estrelas brilhando no céu, poderia ser um sinal
De que o romance agora está em voga
E o que começa não pretende ter final

Em cada palavra posso ouvir sua voz
E cada pensamento vai até você
Por hora, penso estar enlouquecendo
Querer e não querer, o que estou fazendo

Saber se deixar levar ou não deixar
Tentar prever o que está por vir
Pensar em contraposições demais
Características pra não se assumir

E enquanto seu corpo me aparece
E tento controlar os sentimentos
Deixo que tudo corra por si só
Como se fosse seu próprio alimento

Porque querer ou não querer
Pode ser. Complexo demais
E pensar ou não pensar
Às vezes cansa querer saber.

Sem forças, apenas saudade - Poesia

poesia-apenas-saudade

E se a saudade apertar
Que é que se há de fazer?
E se a angústia oprimir
Por quem se há de morrer?

Se sob a névoa meu anseio se esvai
E sobre a terra meu passo contrai
Que mais posso querer buscar?
Quando Minh’ alma se põe a te amar

E na busca seleta do novo encontrar
O que mais posso eu querer?
O que mais posso ansiar? 
Nessa tolice, enlouquecida
E minha sorte, já esvaída
Se vai. Sem mais

Então agora pareço pequeno
Meu corpo, sem forças, se retrai
Meu braço, envolto nas pernas, se contrai
Não há quem possa me julgar
E agora me mostro obsceno

Sem gestos, mas com atitude
Intento. E me esforço amiúde
E eis que minha face cora
Esta que logo agora era fria
E de novo minh’ alma inebria
E sinto você chegar.

terça-feira, 4 de junho de 2013

E se a distância nos separa - Poesia

poesia-distancia

E que o vento
traz sua mensagem
eu não duvidaria

E que o sol
reflete sua beleza
eu sempre acreditaria
À quilômetros do meu coração
sua presença se faz
E a esperança de um reencontro
sua voz me traz
Você que me fez acreditar
que mesmo longe se pode estar
que sem saber se pode ter
um sentimento a renascer
Você que vira minha cabeça,
você que acorda me fazendo sorrir
Só peço que não me esqueça
que a felicidade está por vir
Seja o tempo que for
guardarei suas palavras
o sonho do eterno amor
A verdade que surgirá
deixará mostrar-se com o tempo
o amargor se vingará
sem deixar marcas ruins
Enfim.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Assombrado - Poesia

assombrado

Nos dias frios, em que seu rosto parecer distante
E o soar dos sinos não parecer constante
Saiba que estarei a te aquecer

E na obscuridade que não deixa enxergar
Os prazeres escondidos a te rodear
Te ajudarei a esclarecer
E com imensa servidão
Seguirá meu coração
Rumo a te satisfazer
Escravo do bem querer

Quando o céu se tornar gris, e o medo te assombrar
À noite, a lua parecer não existir e não brilhar
Seu guia de luz eu posso ser

Se na profundidade da alma a angústia aparecer
Como um vento devastando todo o ser
Estarei eu a te escutar

Como a vela a queimar
O fogo em mim hei de estar
E como a cera a derreter
O mal há de se desfazer

sexta-feira, 31 de maio de 2013

A Bela Curitiba - Crônica

a-bela-curitiba

Hoje acordei sonolenta, como tem sido nos últimos dias, e deparei-me com uma Curitiba diferente.
Saio de casa com um dia muito agradável, mesmo antes das oito horas da manhã. Mas, é andando logo cedo pelo tradicional calçadão da Rua XV que algo realmente me chama a atenção.

A cidade amanhece ensolarada. O céu está completamente pintado de um anil, sem uma nuvem sequer ao alcance de meus olhos durante o trajeto. Isso tudo acompanhado de uma suave brisa aconchegante. Impressionante, não? Mas isso não é tudo! As pessoas estão diferentes... Quando passo, o que vejo não são homens e mulheres fechados e introspectivos, absortos em seu próprio eu, calados e carrancudos. São pessoas com leves sorrisos nos lábios, que conversam e andam. Elas estão indo para o trabalho, assim como eu, mas a pressa de outros dias não aparece hoje, elas simplesmente andam (e não “correm”) rumo aos seus trabalhos. Parecem tão mais soltas, tão menos frias. Confesso que isso é um fato, no mínimo, curioso. Parecem estar caminhando sobre um bosque florido, com seus vestidos esvoaçantes, apaixonados pela vida. E os olhares... eles não estão tão mais focados na direção a seguir e no destino final, do que nas outras pessoas. Hoje eu posso sentir os olhares, sinto que sou vista e que posso, realmente, as ver.

– Bom dia! – escuto de um sujeito por quem eu passo.

Será que eu ouvi direito? Foi um cumprimento tímido, mas audível. E de verdade. 
Que vontade de ficar nessa Rua XV alegre e diferente. De sentar num dos vários banquinhos próximos à Praça Osório e lá ficar, contemplando o maravilhoso dia que se iniciou naquele calçadão, que logo será tomado de mais e mais gente, e me contagiar com a energia positiva que parece emanar de cada Curitibano (não tão) apressado. Logo chego ao meu trabalho para mais um dia de rotina. Não sem antes pensar se tudo isso foi realmente assim, ou se apenas foi o modo como eu mesma deslumbrei esse dia agradável. Tanto faz. Da janela posso então ver algo que não tinha visto até então. Algumas inconsistentes nuvens aparecem ao longe. Bom, todos nós, como bons curitibanos, sabemos que logo a cidade terá uma abrupta mudança de temperatura e de aparência, e depois mais uma, e mais uma. Mas essa é a Curitiba que já conhecemos e de que tanto gostamos.

Jardins - Poesia

poesia-te-amo

Por que te indignas
Se meu peito anseia por você?
E por que te calas
Quando calado demonstro um olhar?

Sei que nos teus sonhos busca um amor
E sei que nada enxergas senão a dor
Mas escuta, menina dos meus olhos
Deixe-se sentir, o quanto te gosto

Porque a solidão me assola
e sempre rodeado estou
E por que estás tão longe
Se tu és tudo o que me restou
Sei que és como a margarida
Que enfeita a minha vida
E sei que és como os beijos
Colorindo meu viver
És como o sol ao nascer
Resplandece em minha estrada
Mas ficas a sofrer
Sem se deixar ver
Que estou a te amar

quarta-feira, 29 de maio de 2013

O sonho que não termina - Poesia

poesia-sobre-sonhos

E como a relva passa em meus sonhos
Assim os pássaros passam também
E como tudo pode se tornar tão claro
Sinto meus desejos irem além

As luzes que surgem
Despretensiosamente
Movimentos de vai e vem
Contínuos, ansiosamente

Quero acordar e sumir do mundo
Quero enxergar a verdade escondida
Mas meus olhos não me obedecem
Quanto mais luto, mais escurecem

Busco em sonho encontrar a paz
E nem a razão obedece mais
Cada movimento, cada passo é incerto
Mas me deixo guiar, com o coração aberto
Não, não desperto
É tudo um sonho interminável
Uma angústia e repulsa
De uma mente sofredora e avulsa

Cinza - Poesia

poesia-solidao

Sob o céu cinzento
Se esconde a amargura
Se esconde o temor
De o dia não voltar

E sob o céu cinzento
Eu caminho
Com meus pés doendo
E meu passo lento

Sinto o cheiro da chuva
A que está por vir
Com calma vou andando
Eu não quero partir

E cadê todo o barulho?
O movimento da cidade?
Não vejo nada além de mim
Mero personagem de folhetim

Agora sei o que é solidão
À noite, à tarde, tanto faz
Sozinho, continuo a caminhar
Sem destino onde chegar
Buscando minha sina

terça-feira, 28 de maio de 2013

Um poeta à deriva - Poesia

o-que-e-ser-poeta

Aqueles poetas que enaltecem a beleza do teu ser
Não são um terço do que eu queria ser
Exaltar a mulher amada
e ela lá, mortificada,
presa nas linhas e rimas do autor
Suas palavras representam o que é amor
Mas nada se compara ao sentimento
que se dá reciprocamente
Aquele não subserviente
Aquele com alento

O que eu quero é mais
Quero sorrir ao luar
Não apenas no pensamento
Mas num eterno enamorar

Eu queria poder ter
O dom de fazer acontecer
Queria a definição do amor
Queria que minhas palavras,
mais que poema,
chegassem a sua alma,
te tocassem com calma
E que viesses para mim.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Guarde o que foi bom - Poesia

poesia-de-saudade

E o que é perder?
Alguém sabe dizer?
E quanto ao sentimento
Alguém sabe explicar?

E as bizarrices do mundo nos atormentam
E tudo não passa de lamento
De maneiras diferentes todos sentem
Faz parte do acontecimento

Na memória as melhores lembranças
No coração a saudade apertada
No dia-a-dia os ensinamentos
E se continua a caminhada

E o que deve ficar?
E que se deve deixar partir?
Guarde tudo o que foi bom
Leve as emoções
Guarde boas recordações
Não esqueça o dom

Nem sempre se sabe o que por quê
Nem sempre se dá pra ver
Às vezes não é o que se espera
Às vezes é o que tem que ser.


“Show me, don’t tell me!”

Esta poesia foi feita em homenagem ao Prof. Me. Victor Folquening (em memória)

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Depois da Chuva - Poesia

recomeço


Chove em minha alma, é uma tormenta,
Um vendaval de sentimentos que me assola
Mas já posso ver o sol que afugenta
A felicidade escondida por detrás
A angústia vira orgulho
No coração, o barulho da certeza de melhora
De um novo começo, da vida que aflora.
Porque tanto sofrer?
Permita-se viver!
Depois da chuva, um dia lindo
Depois do desabafo, você sorrindo
E o que é a chuva?
Ela precisa cair!
Assim como a lágrima
Ela precisa sair!
Sem ninguém pra enxugar
A chuva é só, depois tem o sol para secar
A lágrima também deve ser
Você deve se amar
E encontrar seu sol pra sorrir

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Sentidos - Poesia

poesia-desejo




Em nossas conversas diárias
De todos os dias
E nas auréolas de nossas cabeças
O desejo se retrai
E cada vez mais se atrai

E na curta distância
Que não nos separa
E em nossos olhares perversos
O desejo se retrai
E o pensamento que se trai

Em nossa convivência diária
Mas não de sempre
E em nossas faces ruborizadas
O desejo se retrai
E a mente não se distrai

Extrai. A vontade do querer
De querer acontecer
Sem prever, esperar
E deixar ou não deixar
Acumular
E o coração, acelerado
Num beijo abusado
Se deixar acorrentar

A maneira de agir paradoxal
E que faz sentido
E no estremecimento ao toque
O desejo se retrai
E o abdômen se contrai

E em uma narrativa
Que não é história
E num impulso pecaminoso
O desejo que recai
E por meu corpo vai

Extrai. A vontade do querer
De querer acontecer
Sem prever, esperar
E deixar ou não deixar
Acumular
E o coração, acelerado
Num beijo abusado
Se deixar acorrentar.

terça-feira, 30 de abril de 2013

Sem Definição - Poesia

vontade-desejo

O que dizer, quando a vontade é não falar?
Como explicar, se o sentimento não tem explicação?
Como conter-se, quando o desejo pede um beijo?
Sentir teu cheiro, teu corpo, tua mão...

Ah, sua mão... inquieta e abusada,
Deslizando suavemente... um toque leve e profundo
Por vezes deixa-me encabulada
A sensação prazerosa e incitante
E a palavra falada...

Ah, cochichada... ao pé do ouvido
Junto ao arrepio
Que me toma, me domina
E aumenta a adrenalina
Meu corpo colado ao seu,
Seu peso, seu beijo molhando o meu.

Sinto-me inocente
Mas com uma vontade ardente
Inexperiente, querendo me achar
Encontrar-me em você
Ver o que ninguém vê
Descobrir!

O que nos completa
O que satisfaz
O que objeta ou o que é fugaz
O que incentiva e o que cativa
Nossa paixão

E assim o desejo
Espalhando-se como por metástase
Me toma pela base das sensações
Centralizam-se as atenções,
Perdem-se definições
E tudo é o momento

Sem entender, sem explicar,
Sem perder o argumento
É um entrelaçamento
De pernas, de braço...
Um laço; Entre eu e você

Futuro Possível - Poesia


poesia-relação
Eu serei seu sonho
Ou seu pesadelo, 
se assim quiser.

Eu poderia ser sua companhia,
a de todas as horas.
Poderia fazer seus momentos felizes.
Poderia te fazer esquecer
do que não quisesse lembrar.
E poderia te lembrar
do que não pudesse esquecer.
Eu poderia te entreter
nas horas entediantes.
Comemorar com você
a vitória do seu time.
E até torcer por você,
se você não pudesse.
Poderíamos ir até a praia,
só para ver o pôr- do- sol
depois voltarmos para casa
e jantarmos à luz de velas.
O carinho não faltaria
nem a cumplicidade
nem minha companhia
pra te fazer meu homem de verdade.
Você conheceria o que é bom.
Eu faria bater em você
um coração apaixonado.
Brincaríamos com as flores do campo
e sairíamos rolando pela grama
como num conto irreal.

Você sentiria alegria,
mesmo nos momentos de tristeza.
E nas horas estressantes
eu te falaria com clareza
o quanto você me é importante.
Eu serei seu sonho,
se assim quiser.